quinta-feira, 1 de abril de 2010

Palhaçada.

A imagem de marca do McDonald’s desde 1963, o palhaço Ronald McDonald, dever-se-á reformar por, alegadamente, incitar as crianças a tornarem-se obesas.

O palhaço é acusado de atrair crianças ao restaurante, estimulando o consumo dos produtos da marca e, consequentemente, levando à sua obesidade.
 
A exigência é feita por profissionais de saúde, pais e um grupo de activistas sedeado em Boston, nos Estados Unidos da América.

De acordo com o jornal ‘Chicago Tribune' a empresa de Boston estará a preparar a sua festa de despedida.


Não poderemos incluir também nesta equação a negligência e o alheamento dos pais, e a existência de hábitos de vida e alimentação impróprios, fomentados pelo modo de vida actual? Ou é o palhaço o culpado de vivermos num mundo de obesos?

Como sempre a corda parte sempre pelo lado do mais fraco, e até o simpático palhaço Ronald foi apanhado no fogo cruzado da imbecilidade, e do "lavar de mãos" dos governos, das empresas e da própria sociedade civil, que não souberam prever e remediar a tempo o problema de saúde pública que constitui o modo de vida moderno.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Tolerância zero.

Les députés belges ont ouvert la voie mercredi à une interdiction totale du port du voile islamique intégral, la burqa, y compris dans la rue. Ce vote pourrait mener à ce que la Belgique devienne le premier en Europe à franchir un tel pas au moment où la question agite notamment la France. 


Interessante constatar que aqueles que mais defendem o relativismo cultural e o direito à diversidade, são também aqueles que mais se aprestam a tomar medidas tendentes à criação de uma sociedade de estilo e pensamento único onde a diferença não tem lugar. Do vai ao haver existe sempre uma grande distância.

terça-feira, 30 de março de 2010

Casa da democracia ou casa de meninas?

"Como V. Exa. certamente não desconhece, desde há alguns meses que tenho sido publicamente atacada por razões que se prendem com o pagamento das viagens que efetuo quase semanalmente a Paris, cidade onde resido e onde se encontra a minha família. Estes ataques atingem a minha imagem e dignidade, assim como põem em causa a própria Assembleia da República”, escreve Inês Medeiros na missiva que dirigiu a Jaime Gama.


A querida Inês de Medeiros, já desde o ínicio da legislatura que reclama pelo pagamento integral das suas viagens entre Lisboa e Paris e entre Paris e Lisboa. Tendo sido eleita pelo círculo de Lisboa, qual a legitimidade destas pretensões? São abusivas claro. Exigir que o erário público suporte as despesas de viagem, para fora do e para o Estado que supostamente representa e em classe de viagem executiva não passa de uma ofensa a quem sustenta esta democracia em fim de ciclo.

Deixo apenas uma pergunta no ar: vivendo em Paris e deslocando-se a Portugal apenas aquando dos plenários da Assembleia, qual o grau de conhecimento desta senhora relativamente à situação de um país, que devia conhecer profundamente em todas as suas vertentes, e  onde apenas se encontra em part-time (mesmo muito parcial)? Não devia ser antes Deputada à Assembleia Francesa?

quinta-feira, 25 de março de 2010

Lobbie tecnocrata

 O Governo vai abrir estágios para jovens licenciados em 49 cursos universitários para trabalharem na Administração Pública. São cinco mil estágios, 1300 para licenciados em direito.
 
Gestão e Administração é a segunda área de estudos com mais vagas para estágios no Estado (perto de 600).


 Sem surpresa, visto sermos um país dominado por burocratas, os estágios inseridos no programa PEPAC privilegiam os cursos tecnocratas, e ignoram os cursos que privilegiam o saber fazer. É muito triste constatar que dos 5000 estágios profissionais para jovens, quase metade das vagas vai para cursos que há muito tempo deviam ter reduzido o seu número de alunos (direito dá todos os anos mais 1000 novos licenciados ao país, tal como a gestão de empresas). Assim sendo resta, a quem interessar, concorrer a uma das 2000 vagas restantes fora da esfera do direito e da gestão, esperando sempre que a mesma vaga não vá para um primo, amigo, neto, ou filho da amante do responsável da repartição ou instituto que vá analisar a candidatura segundo critérios ainda muito mal explicados e obscuros, pelo próprio Ministério do Trabalho. Do mesmo modo é rezar para que um "jovem" com 35 anos e sem experiência profissional não fique com a vaga que por direito deveria pertencer a um jovem graduado, e à procura do 1ºemprego.

sábado, 20 de março de 2010

No PS não há lei da rolha.

O secretário geral do PS, José Sócrates, afirmou hoje que no partido "não há asfixia democrática nem nenhuma lei da rolha", criticando o PSD, que considera ser "garantia da instabilidade permanente" por ter tido "cinco líderes em cinco anos"


 No PS não existe lei da rolha, já que ninguém no PS se lembraria de um nome tão rídiculo para o acto de silenciar opiniões divergentes dentro do partido. No PS, preferem nomes mais técnicos e mais aprumados, como disciplina de voto, utilizada tão recentemente no caso da aprovação do casamento entre homossexuais, e na negação da possibilidade adopção de crianças por parte dos mesmos individuos.Isto quando a pena não é o exílio dourado para os membros que falem demasiado e sugiram acções que possam colocar em causa a vida de deboche dos membros do partido

Afinal de contas num partido tão democrático e plural como o PS existe sempre espaço para as opiniões divergentes. Nem que seja à boa maneira estalinista.
  

Rei morto, rei posto

O blogue em contramão morreu, e em sua substituição surge o Estado crítico. 

Há alturas na vida em que até um simples blogue deve modificar-se para crescer e não estagnar. O estado crítico segue o estado de crescimento mental do seu criador preso num país sem oportunidades, nem crédito, para os jovens mas farto para aqueles que alinham com o sistema político e económico absolutamente decrépito que foi germinado nos quase 35 anos de democracia formal.

O país encontra-se num estado crítico e à beira de uma mudança regimental que ou será feita a bem, através do consenso político, ou a mal através da força da insatisfação dos cidadãos, amainada aos dias de hoje pela existência de anestésicos sociais: subsidios, abonos, avenças sociais, que não poderão durar muito mais tempo. Aos dias de hoje ao estado crítico do país junta-se o estado acrítico da opinião pública, que não reclama, não se faz ouvir, e elege o mal menor.

 O blogue, e o seu criador, pretendem tentar ser apenas mais um dinamo da mudança que se exige ao nosso país, rumo a uma verdadeira méritocracia, que não existe num país de mediocridade generalizada como é Portugal. Só com a discussão, a troca de ideias e o desmascarar daquilo que vai mal no país, podemos ter um país mais justo, mais solidário e verdadeiramente desenvolvido. Afinal aquila non capit muscas.